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Sim, estamos todos cansados! A sociedade do cansaço reflete a necessidade de equilibrar trabalho e bem-estar.

  • Foto do escritor: Célula 21 Comunicação e Marketing
    Célula 21 Comunicação e Marketing
  • 2 de jul.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 21 de jul.

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Há inúmeros fatores que se tornaram comuns em uma sociedade orientada pela produtividade e pelos resultados. Provavelmente, você já respondeu um e-mail de trabalho fora do horário de expediente. Ou, quem sabe, atendeu uma mensagem de trabalho no WhatsApp após as 22 horas. Esses são apenas alguns exemplos de como nosso estilo de vida nos leva a trabalhar de forma excessiva.

O filósofo sul-coreano Byung-Chul Han defende brilhantemente a tese de que vivemos em uma era em que o indivíduo se tornou seu próprio algoz. Na chamada "Sociedade do Desempenho", diferentemente de outros momentos históricos em que a exploração era imposta por terceiros, hoje o indivíduo pratica a autoexploração. Ele busca incessantemente ser mais produtivo, bem-sucedido e realizado.

Nesse esforço pelo "mais", ultrapassamos os limites de horas de trabalho, tornamo-nos incapazes de nos desconectar de ferramentas como WhatsApp e e-mail, perdemos o interesse por atividades fora do ambiente profissional e, sobretudo, deixamos de priorizar nosso próprio bem-estar. Vivemos a Sociedade do Cansaço.

Um dos sinais de que estamos vivendo neste cenário é a chamada "síndrome da abertura do Fantástico"? Que é quando, no domingo às 20h30, quando a música de abertura começa a tocar e, instantaneamente, seu coração acelera enquanto um desânimo paralisante toma conta de você. Sem perceber, seu corpo começa a enviar sinais: é hora de dormir, porque a semana está apenas começando e, na segunda-feira, você precisará acordar cedo para ir ao trabalho.

Você chega ao trabalho contando os minutos para o horário do café, aproveita o café esperando o almoço, almoça já pensando no lanche da tarde, e passa o lanche torcendo para que às 18h cheguem logo. Porém, quando finalmente dá 18h, você não consegue ir embora. Está preso em uma tarefa que parece consumir até o último fio da sua energia, roubando até o seu sono.

Este é só um dos sinais de alerta, que vão além. Uma alimentação desbalanceada, consumo excessivo de bebidas alcoólicas — a famosa "cervejinha porque hoje eu mereço" —, insônia, irritabilidade, desânimo, ansiedade constante. Falta de tempo para atividades fora do trabalho e o distanciamento social.

Esses sinais, embora silenciosos, são numerosos e, aos poucos, comprometem nossa saúde emocional e física.

 O corpo emite outros sinais claros. Dentre eles, exaustão, dificuldade de concentração e a redução da produtividade. Esse último é especialmente cruel, pois, embora o indivíduo amplie sua jornada de trabalho, não consegue manter o mesmo nível de desempenho. Outros sinais incluem queda de cabelo, feridas pelo corpo, ansiedade excessiva e insônia, que agrava ainda mais o quadro. Sem conseguir descansar adequadamente, a pessoa se sente mais cansada, entrando em um ciclo vicioso. Os sintomas são físicos e extremamente prejudiciais.

Uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (ISMA-BR) revelou que 72% dos brasileiros se sentem estressados no trabalho. Além disso, o estudo apontou que 32% dos brasileiros sofrem com a síndrome de burnout. O Brasil ocupa uma posição de destaque nos rankings globais de burnout, sendo o excesso de trabalho um dos principais fatores.

 Entre 2020 e 2023, o número de afastamentos por burnout quadruplicou. Os registros no INSS relacionados ao esgotamento físico e mental têm crescido continuamente, evidenciando o impacto profundo dessa condição na saúde dos trabalhadores.

Diante deste cenário, a questão é: quais estratégias ou práticas podemos adotar para equilibrar nosso tempo e dedicação entre o trabalho e vida pessoal? Buscar equilíbrio é fundamental! Ser produtivo e entregar bons resultados é importante, mas isso não pode ocorrer à custa da nossa saúde emocional e física. É necessário estabelecer limites: respeitar os horários de trabalho, evitar o uso de e-mails, WhatsApp e outras ferramentas de comunicação fora do período adequado, aproveitar as pausas durante a jornada e, acima de tudo, ouvir os sinais que o corpo e a mente enviam. Cansaço excessivo não é normal; ansiedade acentuada é motivo de preocupação. Preste atenção ao seu corpo — ele nunca mente e sempre sinaliza quando é hora de parar e descansar.

Sabe aquele hobby que você sempre quis começar? Comece agora! Vá malhar, correr ou praticar beach tênis. Experimente fazer teatro ou aprender a tocar guitarra. Leia bons livros, faça uma trilha e, acima de tudo, descanse. Priorize o seu bem-estar – ele é fundamental para um envelhecimento saudável.

Esse comportamento de priorizar o bem-estar é muito comum na  geração Z, muitas vezes criticada e temida por líderes no mercado de trabalho. Entretanto, essa geração está ganhando destaque ao priorizar a saúde mental e a flexibilidade profissional.

Essa tendência reflete uma mudança na gestão global: trabalhar e promover o bem-estar dentro das organizações. Estudos mostram que colaboradores saudáveis e felizes são mais produtivos, criativos e leais às empresas. Promover felicidade e bem-estar não é apenas um ato humano, mas também um investimento direto na competitividade do negócio. Além disso, o indivíduo que prioriza seu bem-estar emocional está mais preparado para enfrentar os desafios do mercado de trabalho.

Por isso, ao ler este texto, faça uma reflexão sincera: estou trabalhando além da minha capacidade física e emocional? Consigo, dentro da minha rotina, priorizar atividades que promovam meu bem-estar e felicidade? E, se continuar nesse ritmo, como estará minha saúde daqui a alguns anos?

Há inúmeras abordagens e ferramentas para aumentar a produtividade, promover o bem-estar e alcançar a felicidade. Muitas delas podem ser aplicadas no ambiente de trabalho. Para isso, é essencial sensibilizar as lideranças, implementar essas práticas e, acima de tudo, assumir a responsabilidade pela própria saúde física e emocional.


 
 
 

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Mestre de Cerimônias, Palestrante e Facilitador

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